Nos anos 2000, os celulares se popularizaram de vez, mas não eram smartphones como os de hoje em dia. Por mais que naquela época fossem inovadores (chegando a ser considerados o ápice da tecnologia, segundo um certo filme por aí...), hoje em dia a maior parte deles é chamada de dumbphone (telefone burro). E nem eram Apple ou Samsung, mas a poderosa Nokia que dominava o setor. Mas vamos por partes.
Nos anos 90, os celulares já estavam chegando, sendo comuns
especialmente entre empresários, mas foi na década de 2000 que o público em
geral passou a ter acesso. Diferente de hoje, o produto era considerado coisa
de adulto, afinal de contas porque uma criançar iria querer um dispositivo que
basicamente só servia para ligações. Adolescentes também estavam começando a
utilizá-lo, basicamente só para perder tempo com SMS.
A empresa responsável pelo advento do celular foi a Nokia, com o seu revolucionário Nokia 3310, conhecido como “tijolão” e lançado no ano 2000. Este trazia o clássico Nokia Snake, o jogo da cobrinha. Além disto podia enviar e receber SMS, possuía um compositor de música, menu animado, e discagem por voz.
Porém, o celular mais vendido da empresa, e da história, foi
o lendário Nokia 1100, fabricado de 2003 a 2009, e contabilizando 250 milhões
de unidades. Tinha por novidades a possibilidade de suportar chats e telas de
descanso, além de possuir um teclado de silicone diferentoso.
Cabe destacar ainda o Nokia 1110, lançado em 2005 e com
muitas semelhanças para com o anterior, mas com o diferencial de possuir toques
polifônicos. Em resumo, a Nokia dominou a década de 2000, chegando a ter 15
novos modelos disponíveis no ano de 2008. O sucesso foi tamanho que ela
pleiteou entrar no ramo dos consoles com o seu N-Cage, datado de 2003, mas não
emplacou.
Mas se há um diferencial nos celulares dos anos 2000, e que
sustenta até hoje, certamente é o design. Cada celular era único, com as marcas
querendo se destacar umas das outras. Diferente da monotonia de hoje em dia.
Neste aspecto, a Motorola foi uma das que obteve maior destaque através de seu
Motorola RAZR V3, o qual era um celular flip (daqueles que abrem e fecham)
ultrafino e com teclado desenhado a laser. Além do mais, possuía câmera, algo que ainda
não era tão comum. Como esquecer a tal
resolução de batata.
Os celulares flip, aliás, acabariam por se tornar um dos
símbolos da década. Quando se pensa em celular dos anos 2000, certamente os
flip são os primeiros a vir a cabeça. Se tinham exemplos populares como o
Motorola U9 (de 2008), com seu design estranho;
e o Nokia 2760, bem padrão de 2007.
Já mais para o final da década, os celulares com teclado QWERTY começaram a se popularizar, em especial a Blackberry, a qual chegou a controlar 20% do mercado de celulares em 2009. Um de seus modelos mais populares foi BlackBerry Bold 9700, lançado no mesmo ano e já dispondo de internet 3G, algo que estava lentamente substituindo o 2G naquela época. Com este teclado ficava bem fácil digital no que no tradicional modelo numérico.
Outra empresa que também passou a apostar em celulares com este design foi a Samsung, embora seu modelo mais popular tenha sido um convencional mesmo: o Samsung E1100, lançado em 2009 e vendendo mais de 135 milhões de unidades.
Mas não só de celulares vive o mundo dos celulares... Vamos falar um pouco de tendências, afinal, celulares diferentes hábitos diferentes. Por exemplo, era comum o uso de chaveiros na antena do celular.
O bluetooth era a principal forma de transferir arquivos de
um aparelho para outro. Estes arquivos geralmente eram gifs e vídeos curtos.
Uns eram engraçados, outros eram basicamente as mensagens de bom dia do Orkut.
Por falar nisto, era comum você pagar para obter um gif ou um papel de parede
diferente.
Estes recursos diferentes também podiam ser obtidos por meio
do famoso “envie um SMS com a palavra
AMOR para o 48022”. Seguido tinha na TV um comercial do tipo, geralmente
proveniente da natta.com, ofertando coisas como piadas, joguinhos, raio-X, etc...e
tinha gente que pagava por isso.
E quanto às crianças? Naquela época, o máximo que eles podiam ter era um celular de plástico da Hanna Montana, que se clicasse em qualquer botão o máximo que iria acontecer era tocar a música “Butterfly”.
*Que fim levou?
Estes celulares continuaram comuns até cerca de 2012, quando
os smartphones modernos (com tela sensível ao toque) os ultrapassaram em
vendas. A partir daí, nada mais foi o mesmo. Aplicativo para tudo,
conectividade em tempo integral, geração Alfa viciada, alta velocidade,
Whatsapp, desempenho comparável ao de um computador, celulares todos iguais por
preços astronômicos e múltiplas câmeras desnecessárias.
Apesar de todo potencial, ainda sim há uma nostalgia por
tempos mais simples, onde SMS e gifs eram uma grande coisa, e as empresas
concorriam para oferecer o design mais diferenciado e o máximo de novos
recursos possíveis.
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