Na época em que a parabólica reinava suprema, a TV Cultura era um dos refúgios para quem buscasse desenhos animados. A emissora, aliás, sempre teve grande variedade de animações, e não talvez fosse assim até hoje se não fosse a tal legislação de publicidade infantil. Mas enfim, hoje vamos tratar especificamente da programação dela nos anos 2000.
Em 2006, por exemplo, a programação infantil começava às 8h da manhã, seguia até às 11h30 e retornava às 13h, terminando somente às 18h. No total, incríveis oito horas e meia dedicadas, somente o Canal Futura rivalizava em quantidade. Vou passar por alguns da época:
Pingu (1990-2006) foi exibido no começo dos anos 2000 e consistia em curtas de 5 minutos estrelados por uma família de pinguim que fala pinguinês (Noot! Noot!). Ajudou a popularizar o stop-motion na TV e chegou a atingir o segundo lugar no IBOPE. um dos destaques cabe para um certo episódio envolvendo um leão-marinho e que traumatizou alguns....
Os Camundongos Aventureiros (1998-1999) estreou em 2001 na Cultura, e traz a história de Emily, a rata do campo, e seu primo Alexander, o rato da cidade. Eles saem pelo mundo resolvendo casos misteriosos provocados geralmente pelo Sem Rabo Não Vale Nada.
Os Sete Monstrinhos (2000-2003) é um clássico do canal, sendo exibido por mais de uma década a partir de 2004, e recebendo lançamentos em DVD. É estrelado por sete irmãos, cada um mais estranho que o outro, os quais são cuidados por sua mãe humana e muito mais baixa do que eles. Cada um possui um número como nome, com a mais velha se chamada Um, o seguinte Dois, e assim por diante até chegar no Sete, o caçula.
CyberChase (2002-presente), foi a série de maior audiência do canal nos anos 2000, estreando em 2004 e durando por mais de 10 anos. Mesmo hoje em dia continua havendo novos episódios, embora não sejam mais transmitidos no Brasil. Era estrelado por Jackie, Matheus e Inês, juntamente do Cyberpássaro Dígito. Estes entravam no cyberespaço para enfrentar o vilão Hacker com a ajuda da Placa-Mãe, resolvendo problemas com a ajuda da matemática (melhor forma de aprender esta matéria).
Timothy vai à Escola (2000-2001), desenho que foi mais exibido pela TV Escola, mas ainda assim teve sua passagem pela Cultura entre 2005 e 2008. Trazia a história de um guaximim em uma escola de animais chamada Escola do Morro, para onde os alunos eram sempre levados em um ônibus escolar.
Zoboomafoo (1999-2001) foi exibido em dois períodos, entre 2005 e 2006, e de 2008 a 2009. Trazia os irmãos Kratt (Chris e Martin), liderados pelo lêmure Zooboomafoo, que iniciava o episódio em live-action, depois virava um fantoche (e ainda tinha segmentos em stop-motion na Zoboolândia). O programa era dividido em segmentos, com a adivinhação do animal misterioso, mostre e conte (onde crianças aleatórias exibiam seus animais de estimação), e a já citada Zoboolândia. Todo episódios os irmãos abriam um armário de onde saía uma avalanche de coisas, e eles se levantavam já uniformizados.
Charlie e Lola (2005-2008) estreou em 2006 na TV Cultura e, entre idas e vindas, durou uns 10 anos na emissora. Trazia a história de dois irmãos em um estilo de animação que lembrava ilustrações de livros.
Arthur (1996-2022......isso mesmo, 2022) estreou em 2007 na TV Cultura, tendo passagens por Record e Globo, e acompanhava o cotidiano de um porquinho-da-terra (e você achando que ele era um urso, tava na cara que era um porquinho-da-terra).
Além desses, houveram muitos outros desenhos marcantes, como Viva Pitágoras (o Pingu com balde na cabeça), Pink Dink Doo, Dora Aventureira, Caillou, etc.
A TV Cultura também tinha suas próprias produções. A mais famosa delas era o Castelo Rá-Tim-Bum, seriado dos anos 90, mas que continuou sendo reprisado até o final dos tempos. Contava a história de Nino, um garoto de 300 anos que vivia sozinho no castelo de seus tios, até fazer um feitiço para invocar três crianças aleatórias (Pedro, Biba, e Zequinha).
Em 1996 surgiu Cocoricó, cuja segunda fase (a mais popular de todas) começou em 2003 e se estendeu até 2009, época em que vendia muitos DVDs. A sinopse engloba Júlio, que vive com seus avós em uma fazenda e conversa diariamente com animais (pobre Júlio).
Em 2001 foi a vez do De Onde Vem, que eram curtas informativos geralmente veiculados nos intervalos. Entre 2004 e 2005 atingiu a liderança na audiência do canal
Já em 2007, a TV Cultura produziu a versão brasileira de Sesame Street, chamada de Vila Sésamo. Este seriado rendeu momentos icônicos com as esquetes de Garibaldo e Bel, o jogo dos pombos de Ênio e Beto, e os especiais de fim de ano do Elmo.
Também cabe destaque a identidade visual da TV Cultura, a qual era bem variada e pouco padronizada, gerando muitas vinhetas icônicas e diferencias. Fora isso, frequentemente eram exibidas esquetes animadas no intervalo, como as do Castelo Rá-Tim-Bum (rato na banheira) e a série do Sesinho (baseada nas revistinhas da época).
*Que fim levou
A TV Cultura, assim como todas emissoras abertas, teve que reduzir sua programação infantil em virtude da legislação. Como era de se esperar, este foi um processo mais lento neste emissora em comparação com as outras, continuando com muitas produções clássicas até cerca de 2013, e ainda hoje contando com animações em sua programação (embora em menor número e qualidade).
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