E na postagem de hoje, abordarei um tópico nostálgico: os brinquedos dos anos 2000. Em uma época em que as crianças tinham brinquedos, antes dos smartphones explodirem, os comercias das manhãs de segunda à sábado eram dominados por anúncios de carros, bonecas, peões...e dos novos brinquedos tecnológicos que iam surgindo, afinal eram os anos 2000. Nesta leva, o único celular que uma criança teria é o de plástico com a música "Buterfly".
Além dos celulares também haviam os notebooks de brinquedo, com o da Xuxa sendo um dos mais conhecidos.
Antes do Pou, havia o Tamagochi, o mascote virtual que foi criado em 1996, mas continuou popular ao longo da década de 2000.
Quem não tivesse dinheiro para comprar um console, poderia contar com o Brick Game, o qual contava com 9999 jogos em 1, embora a maioria fosse o mesmo game feito de formas diferentes.
Havia outro que tentava se passar por videogame, o "waergame". Era um jogo que contava com argolinhas arás de uma tela de plástico, elas se moviam ao clicar dos botões, emitas vezes o objetivo era encaixar estas argolas em uma barra. O mais famoso no Brasil era o Aquaplay da Estrela.
Nos anos 2000, os animes se popularizam de vezes. Com eles os brinquedos derivados, desde as cartas de batalha de Yu-gi-oh (também conhecidas pelo carinhoso apelido de "baralho do diabo"), até os complexos Beyblades (peões mais caros).
O LEGO de pobre naquela época eram os palitos de picolé da Frutily. Quantas mais sorvetes você comprasse, mais recursos teria para montar suas "esculturas"
E como não podia deixar de ser, os brinquedos tradicionis também se faziam presntes. Cabe destaque aos carrinhos de fricção e às bonecas Nino da Cotiplás.
*Que fim levou?
Brinquedos deixaram de ser, na maioria dos casos, o principal presente destinado a crianças. Muitas delas já nascem com smartphone na mão, especialmente desde meados dos anos 2010.
Já fazem 20 anos que 2005 passou... Hoje vamos relembrar como eram as coisas naquela época.
A Nokia reinava absoluto. Neste ano foi lançado o celular mais vendido da história, o Nokia 1110, um dispositivo clássico e com preço acessível.
Nesta época, quase todo adolescente possuía um desses, embora utilizado basicamente para ligações, além de vir com algumas funções extras como o icônico "jogo da cobrinha".
Se você fosse mais abastado, poderia contar com algo um pouco mais sofisticado, como o LG Chocolate, o qual possuía tela colorida, câmera de 1,3 megapixels, rádio e MP3 player.
Porém, se você fosse criança provavelmente não teria o que fazer com um celular, no máximo um de brinquedo.
Aí ai ai I'm ur little butterfly
Neste contexto, os computadores pessoais Estavam mais consolidados, e o sistema líder absoluto era o Windows XP. Com ele, o design antigo do Office (que vinha com Clippy, o assistente), o já descontinuados Movie Maker e Windows Media Player, e o hoje injustiçado Internet Explorer 6.
E por falar em computador, a internet daquela época era realmente curiosa. A Web 2.0 estava chegando, e com elas novas ferramentas, como o Orkut que já estava ganhando força. Fora isso, a net era descentralizada, cheia de fóruns, blogs e sites dos mais variados. Para se ter uma ideia, nem o Google era padrão, já que o Yahoo brigava parelho com este. E-mails existiam aos montes: Yahoo Mail, Hotmail, BRTURBO, Gmail, etc.
2005 foi o ano de lançamento do YouTube, mas este obviamente não era muito conhecido ainda (ao menos no Brasil).
Para o envio de mensagens, a principal opção era o MSN Messenger.
Sem falar que a internet discada era a mais comum.
A televisão ainda era o meio preferido do público, de forma que a TV Aberta tinha muito mais opções que hoje em dia. Eram 5 emissoras grandes (a Rede TV ainda era forte) e mais um punhado de concorrentes com boa audiência que poderiam agradar todos os gostos, especialmente as crianças (Cultura, Futura, TV Escola, TVE, TV Brasil, Rede Vida, etc.). Desta forma, a briga por audiência era mais acirrada, fazendo com que houvessem mais canais de qualidade.
Ainda existiam programas como Bom Dia e Cia, TV Globinho, Vídeo Show, Alô Brasil, entre outros. O Caldeirão era do Huck, e o Domingão do Faustão. Outro aspecto interessante eram as vinhetas daquela época tendiam ao 3D, e possuíam mais vida que o minimalismo atual.
Os desenhos mais populares da época eram Bob Esponja (e a expctativa pela estreia da quarta temporada) e Ben 10. Mais haviam outros relevantes, tais como Billy e Mandy (lembra das garrafinhas de Schin?), KND, Avatar, Kim Possible, O Que Há de Novo Scooby Doo?, etc.
E toda esta programação era acessada especialmente com televisores de tubo prateados, conectados a uma parabólica da Century.
Quanto à música, haviam variadas formas de escutá-la. Discmans e MP3 players coexisitiam, e era comum a compra de porta-CDs para acomodar a coleção. Tudo estaria completo com um Microsystem.
E algo que estava fazendo sucesso nesta época era o Crazy Frog....
Este Crazy Frog era comum em um daqueles DVDs de Clipes Animados, e por falar em DVDs... Estes discos eram a principal forma para existir filmes, amplamente disponível em videolocadoras. Naquela época eles vinham com muitos recursos extras, tendo em vista a concorrência para com o VHS que ainda existia. Os melhores eram os da Disney.
A Disney podia arrebentar no mercado de vídeo, mas no cinema que mandava as cartas era a Dreamworks. Naquele ano, em específico, seu maior lançamento foi o primeiro "Madagascar".
Também houveram alguns filmes stop-motion em 2005, tais como "Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais" e "A Noiva Cadáver".
Dona Gigi
Filmes de fantasia eram sucesso na época, alguns exemplos incluem "Harry Potter e o Cálice de Fogo", e "Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa".
Quanto aos jogos eletrônicos, Icy Tower era uma modinha comum entre os jogos pra PC. Nos consoles, o PlayStation 2 dominava absoluto com títulos como Guitar Hero, God of War, e Winning Eleven 8. Este último nã vinham com a liga do Brasileirã, então era comum os patches, tais com o Brazukas.
O time mais forte da época? O São Paulo, campeão do mundo em cima do Liverpool. O melhor jogador? Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona.
E para não sair muito do tópico dos games, é preciso destacar a importância das revistas de games (Digerati, por ex.). Elas traziam informações que não se encontravam nos grandes meios. Como a internet ainda era lenta e pouco explorado, as revistas cumpriam o papel de atendar aos nichos, e as de jogos geralmente vinham com CDs, os quais continham centenas de games em flash.
À exemplo das revistas, publicações impressas como livros e jornais eram abundantes, ao contrário do que ocorre na atualidade.
Por fim, cabe relembrar a icônica nota de 1 real, a qual parou de ser fabricada naquele ano.
Nos dias atuais, música é como água. Basta pesquisar na
internet pelos smartphones que qualquer pessoa pode escutar qualquer som em
qualquer lugar. Mas, no anos 2000 as coisas eram um pouco diferentes. As
pessoas ainda compravam CDs, e utilizavam aparelhos específicos para música. Na
postagem de hoje, irei relembrar um pouco das mídias desta época.
No ano 2000, o CD atingiu o seu ápice de vendas. Ao longo da
década, ele começaria a enfrentar a concorrência da pirataria (LimeWire), mas
se manteria firme na liderança.
Escutar música em uma mídia física é uma experiência
diferenciada. A sensação de ir na loja comprar um disco, abrir a capa e ler o
encarte. Depois colocar o CD no aparelho adequado e escutar o álbum. O único
problema era o armazenamento indevido, fazendo com que muitas vezes eles
ficassem arranhados e começassem a pular trechos das faixas, ou simplesmente
ficavam repetindo a mesma parte de forma cômica (para não dizer irritante).
Por causa disto, o porta-CDs era um item obrigatório. Seja
para colocar os originais, ou mesmo os gravados em casa, sem dúvida era algo
útil para organizar e preservar a coleção.
E para reproduzir os discos, haviam várias formas
diferentes. A principal era por meio de um rádio, que na época costumavam vir
com drive de CD e às vezes até uma porta de fita K7. Outra forma comum era por
meio do DVD Player, o qual estava se popularizando. Por falar nisto, os DVDs
musicais se tornaram uma realidade naquela época, sendo um complemento que
permitia, além da música, também visualizar clipes e shows. Este se
candidataria com um sucessor do CD, juntamente com o DVD-Áudio, o MiniDisc, e o
Super CD. Estes dois últimos não tinham suporte a vídeo, porém possuíam uma
qualidade de áudio superior. Infelizmente, estas melhorias não eram
perceptíveis ao grande público.
E obviamente o computador é sempre uma opção, na época você
provavelmente reproduzia as músicas no Windows Media Player, e ficava
contemplando as barrinhas das ondas sonoras.
Para quem quisesse música portátil, o Discman era o
queridinho do público, especialmente até cerca de 2006. Depois, com os MP3
players, ficou restrito à quem queria aproveitar a coleção que já possuía.
O formato .mp3 estava se popularizando entre os jovens, de
forma que o MP3 player, lançado em 1999, se tornou uma opção comum para este
público. Vale citar que os celulares não possuíam uma boa qualidade de som,
sendo algo muito compactado.
O MP3 player mais famoso de todos foi o iPod, o qual foi uma
verdadeira revolução, ao permitir o armazenamento de milhares de músicas. No
Brasil era um pouco mais difícil de ser encontrado, mas foi um sucesso no
exterior. Por aqui, eram mais comuns os tais MP4, MP5, MP10, etc. Eram aparelho
importadas da China que vinham com funções extras (sintonizar rádio, TV), sendo
popularmente conhecidos como iPobre.
Porém, mesmo o público jovem ainda comprava CD no final dos
anos 2000, muito devido à qualidade superior de áudio. Assim, era comum que se
passasse as músicas do CD para o aparelho.
Mas o sonho de consumo era o mini system, um aparelho três
em um (rádio, CD e fita K7). Naquela época eles eram prateados, o que lhes
conferiam um ar moderno e futurista. Às vezes vinham com múltiplas bandejas de CDs
em formato de carrossel.
A versão compacta era chaamda micro system, sendo uma
repaginação dos antigos boombox.
*Que fim levou:
O que eu quero dizer, em resumo, é que por mais que as
pessoas tentem vender a imagem de que a pirataria matou o CD nos anos 2000,
isto não é verdade. O CD continuou dominante ao longo de toda década, e sua
receita só foi ser ultrapassada pelo streaming no ano de 2014 (2015 no Brasil).
Assim, os anos 2000 foi uma década com muitas opções de
áudio, as quais ainda eram encabeçadas pelo CD. Certamente uma época em que a
música era mais valorizada do que hoje em dia, já que se precisava de um
aparelho específico para escutá-la, ao invés do smartphones “faz-tudo”.
A estética McBling foi popular entre 2003 e 2008 (Para quem
não sabe, há um instituto que nomeia as estéticas predominantes em cada época),
sendo considerada uma espécie de sucessor do Y2K (bug do milênio, Matrix, Windows
2000, etc.). Você pode não saber de nome, mas certamente já viu isto em algum
produto, filme ou série da época. É caracterizado pelo maximalismo, tons de
rosa e prata, endeusamento das celebridades de Hollywood (Britney Spears), e
superficialidade...
Esta estética se popularizou especialmente com o filme
“Meninas Malvadas” (2004), estando presente em várias outros que fizeram
sucesso na Sessão da Tarde: As Branquelas (2004). O Diabo Veste Prada (2006),
High School Musical (2006), Dr. Dolittle 5 (2009).
Este tipo de coisa também
pode ser visto em “Galinho Chicken”, “Clube das Winks”, e em filmes antigos da
Barbie (pega ele, frita ele, faz purê).
Enfim, esta estética é baseada também em itens de status
(flip phones, Ipods) e coisas consideradas “trash” (estampas de zebra).
*Que Fim Levou?
Entrou em declínio após 2008, tendo em vista que a cultura
era baseada fortemente em Hollywood e na mentalidade consumista dos EUA nos
anos 2000. Sendo assim, a crise imobiliária, a eleição de Barack Obama, e os
escândalos envolvendo as estrelas hollywoodianas, contribuíram para o seu fim.
Não estou me referindo à programação da TV, mas ao televisor
em si. Nos anos 2000, vivia-se um período de transição entre o mundo analógico
e o digital, o qual possui reflexos na TV da época. Elas ainda eram de tubo,
mas agora prateadas, com tela plana, e dotadas de caixas de som frontais. Além
disso, todas já haviam com ao menos as três entradas AV. Estas mudanças
concederam um ar mais digital ao clássico tubo de raios catódicos. Uma das
particularidades deste período é o fato de os televisores possuírem dois botões
de ligar, um para receber energia (modo Stand By) e o outro para efetivamente
ligar a tela ( a qual possuía a incrível capacidade de energizar os pelinhos do
braço).
Típica TV dos anos 2000
Nesta época também, as TV atingiram o ápice do peso, com o
símbolo máximo sendo representado pela pesada Sony Trinitron, cujo maior modelo
era 40 polegadas. A causa disto era a busca por telas cada vez maiores, que
estavam incentivando a produção de TVs de retroprojeção que formavam o famoso
“home theater”, o cinema em casa. Estas TVs vinham com dezenas de entradas (sem
exagero), que permitiam a conexão com caixas de som Dolby Digital 5.1,
videocassete e DVD Player. De forma a competir com estes modelos, as
tradicionais CRT tiveram que evoluir, evitando assim que os novatos ganhassem
uma fatia maior de mercado, ficando restritas às premiações do Silvio Santos.
Hitachi 51F59 - TV CRT de retroprojeção (2006)
Sony KV-40XBR700, a maior TV CRT de todas (2002)
Desta forma, as TVs dos anos 2000 eram muito pesadas,
necessitando que no mínimo duas pessoas a carregassem (e com muito sofrimento).
A Sony Trinitron era carregada só no carrinho de mão.
Sony KV-40XBR700, parte traseira
Já na segunda metade da década, a TVs de tubo tiveram que
evoluir mais uma vez, assim de combater a ascensão das TVs de plasma de baixa
qualidade, mas que chamavam a atenção por serem mais finas. Nesta época, muita
gente achava que elas seriam o futuro.
No futuro existirão telas de plasma de 820 polegadas
Assim, surgem as Ultra-Slim, tipo de CRT relativamente mais
leve e fino, que evitava que seu rack afundasse com o peso. Um dos principais
modelos foi uma Samsung lançada em 2007, a qual vinha com alguns jogos
escondidos. Este talvez tenha sido o mais vendido do final dos anos 2000.
Samsung CL21Z43MQ, CRT Ultra Slim de 2007
Desta forma, as Ultra-Slim garantiram, pelo menos no Brasil,
a liderança das TVs de tubo até a virada da década.
*Que Fim Levou
O futuro não seria o plasma, mas as TVs LCD. Estas
ultrapassam o número de vendas das de tubo no primeiro semestre de 2010 (no
Brasil), muito devido à Copa do Mundo. Hoje em dia, se cuida para que a TV não
quebre ao cair no chão, enquanto que antigamente, o risco era o de a TV quebrar
o chão (e quem estivesse por perto).
*Bônus Especial
-Sabia que existiam TVs de Tubo widescreen? Estas são o
Santo Graal dos gamers.
Nos anos 2000, os celulares se popularizaram de vez, mas não
eram smartphones como os de hoje em dia. Por mais que naquela época fossem
inovadores (chegando a ser considerados o ápice da tecnologia, segundo um certo
filme por aí...), hoje em dia a maior parte deles é chamada de dumbphone
(telefone burro). E nem eram Apple ou Samsung, mas a poderosa Nokia que
dominava o setor. Mas vamos por partes.
Um Pato Muito Louco (2001)
Nos anos 90, os celulares já estavam chegando, sendo comuns
especialmente entre empresários, mas foi na década de 2000 que o público em
geral passou a ter acesso. Diferente de hoje, o produto era considerado coisa
de adulto, afinal de contas porque uma criançar iria querer um dispositivo que
basicamente só servia para ligações. Adolescentes também estavam começando a
utilizá-lo, basicamente só para perder tempo com SMS.
A empresa responsável pelo advento do celular foi a Nokia,
com o seu revolucionário Nokia 3310, conhecido como “tijolão” e lançado no ano
2000. Este trazia o clássico Nokia Snake, o jogo da cobrinha. Além disto podia
enviar e receber SMS, possuía um compositor de música, menu animado, e discagem
por voz.
Nokia 3310 (2000)
Nokia Snake
Porém, o celular mais vendido da empresa, e da história, foi
o lendário Nokia 1100, fabricado de 2003 a 2009, e contabilizando 250 milhões
de unidades. Tinha por novidades a possibilidade de suportar chats e telas de
descanso, além de possuir um teclado de silicone diferentoso.
Nokia 1100 (2003)
Cabe destacar ainda o Nokia 1110, lançado em 2005 e com
muitas semelhanças para com o anterior, mas com o diferencial de possuir toques
polifônicos. Em resumo, a Nokia dominou a década de 2000, chegando a ter 15
novos modelos disponíveis no ano de 2008. O sucesso foi tamanho que ela
pleiteou entrar no ramo dos consoles com o seu N-Cage, datado de 2003, mas não
emplacou.
N-Cage (2003)
Mas se há um diferencial nos celulares dos anos 2000, e que
sustenta até hoje, certamente é o design. Cada celular era único, com as marcas
querendo se destacar umas das outras. Diferente da monotonia de hoje em dia.
Neste aspecto, a Motorola foi uma das que obteve maior destaque através de seu
Motorola RAZR V3, o qual era um celular flip (daqueles que abrem e fecham)
ultrafino e com teclado desenhado a laser. Além do mais, possuía câmera, algo que ainda
não era tão comum.Como esquecer a tal
resolução de batata.
Motorola RAZR V3 (2004)
Os celulares flip, aliás, acabariam por se tornar um dos
símbolos da década. Quando se pensa em celular dos anos 2000, certamente os
flip são os primeiros a vir a cabeça. Se tinham exemplos populares como o
Motorola U9 (de 2008), com seu design estranho;e o Nokia 2760, bem padrão de 2007.
Motorola U9 (2008)
Nokia 2760 (2007)
Já mais para o final da década, os celulares com teclado
QWERTY começaram a se popularizar, em especial a Blackberry, a qual chegou a
controlar 20% do mercado de celulares em 2009. Um de seus modelos mais
populares foi BlackBerry Bold 9700, lançado no mesmo ano e já dispondo de
internet 3G, algo que estava lentamente substituindo o 2G naquela época. Com
este teclado ficava bem fácil digital no que no tradicional modelo numérico.
BlackBerry Bold 9700 (2009)
Outra empresa que também passou a apostar em celulares com
este design foi a Samsung, embora seu modelo mais popular tenha sido um
convencional mesmo: o Samsung E1100, lançado em 2009 e vendendo mais de 135
milhões de unidades.
Samsung E1100 (2009)
Mas não só de celulares vive o mundo dos celulares... Vamos
falar um pouco de tendências, afinal, celulares diferentes hábitos diferentes. Por
exemplo, era comum o uso de chaveiros na antena do celular.
O bluetooth era a principal forma de transferir arquivos de
um aparelho para outro. Estes arquivos geralmente eram gifs e vídeos curtos.
Uns eram engraçados, outros eram basicamente as mensagens de bom dia do Orkut.
Por falar nisto, era comum você pagar para obter um gif ou um papel de parede
diferente.
Tipo de vídeo que era compartilhado por Bluetooth
Estes recursos diferentes também podiam ser obtidos por meio
do famoso “envie um SMScom a palavra
AMOR para o 48022”. Seguido tinha na TV um comercial do tipo, geralmente
proveniente da natta.com, ofertando coisas como piadas, joguinhos, raio-X, etc...e
tinha gente que pagava por isso.
E quanto às crianças? Naquela época, o máximo que eles
podiam ter era um celular de plástico da Hanna Montana, que se clicasse em
qualquer botão o máximo que iria acontecer era tocar a música “Butterfly”.
*Que fim levou?
Estes celulares continuaram comuns até cerca de 2012, quando
os smartphones modernos (com tela sensível ao toque) os ultrapassaram em
vendas. A partir daí, nada mais foi o mesmo. Aplicativo para tudo,
conectividade em tempo integral, geração Alfa viciada, alta velocidade,
Whatsapp, desempenho comparável ao de um computador, celulares todos iguais por
preços astronômicos e múltiplas câmeras desnecessárias.
Apesar de todo potencial, ainda sim há uma nostalgia por
tempos mais simples, onde SMS e gifs eram uma grande coisa, e as empresas
concorriam para oferecer o design mais diferenciado e o máximo de novos
recursos possíveis.
Y2K foi uma estética popular na virada dos anos 90 para os
anos 2000, constituída por elementos futurísticas presentes naquela época. Seu nome deriva do “bug do milênio”,
conhecido no exterior como Y2K. Recentemente, começou a ser relembrada com
nostalgia pela internet, mas afinal a que ela se refere?
Windows 2000, exemplo de uso da estética
Basicamente, gira em torno dos elementos “cibernéticos” daquela
época (repare no uso deste termo , muito comum em um momento em que se falava
em “surfar na net”). E pro cibernético, cabe citar o filme “Scooby-Doo e a
Perseguição Cibernética", de 2001. Muito do que ele apresenta demonstra o
pensamento e a estética da época, como aquele verde virtual, oriunda de
“Matrix”, por exemplo.
Scooby-Doo e a Perseguição Cibernética (2001)
Matrix Revolutions (2003)
Por falar em cores, além do verde, é notável a presença de
elementos cromados (SB-129), azul gelo, tudo com a presença de um gradiente
marcante que remete ao metálico. O uso de CGI básico também é relevante.
Estas características são agrupadas dentro do chamado
Futurismo Y2K, predominante entre 1997 e 2004. Porém, existe outras estética
também ligadas ao Y2K de forma geral, como o Y2K1, uma espécie de transição
entre esta época e o Aero Frutiger, que se tornaria padrão na virada dos anos
2000 para os anos 2010. Um exemplo disto seria o Windows XP, que apresenta
elementos de ambas as estéticas.
Metalheart, por outro lado, é a variação Cyberpunk do Y2K,
comum entre 1998 e 2004. Basea-se em fundos abstratos futurísticos e
underground.
Fonte: Aesthetics Wiki
Já o Chromecore (temos um artigo sobre isto), foi a
principal estética tecnológica dos anos 2000, durando a década inteira. Quase
qualquer coisa da época (DVDs, TVs, celulares, câmeras digitais) possuía algo
ligado à textura prateada. O objetivo era justamente passar um ar futurista com
a chegada do novo milênio.
Nokia 6810 (2003)
O Efeito Matrix também foi outra variação, baseada no hype
dos filmes da franquia entre 1999 e 2003. Muitas produções da época
incorporaram elementos de Matriz, como o Bullet Time (efeito de câmera lenta,
visto em Shrek), o uso de artes marciais (filmes do Steve Seagal), e figurinos
“radicais” (sobretudo e botas).
Operação Sol Nascente (2005)
Também havia a estética neo-tribal (uso de tatuagens
polinésias e símbolos esotéricos), McBling (estética hollywoodiana presente em
filmes como “Meninas Malvadas”), entre outras variações que talvez fiquem para
outra postagem.
Neo-Tribal
Fonte: Aesthetics Wiki
Meninas Malvadas (2004)
*Que fim levou
O cerne do Y2K durou até 2004, mas os seus frutos se
mantiveram vivos por meio de variações como o McBling e o Chromecore,
perdurando, de certa forma, até 2009.
Recentemente, e seguindo o ciclo de 20 anos, esta estética
foi revivida com objetivos nostálgicos.
Nos anos 2000 tudo era cromado (prateado). Parece que Bob Esponja acertou sua previsão sobre o futuro, embora tenha errado um pouco a data....
Pois
é, assim que virou o milênio, os fabricantes de tecnologias precisavam de algo para
deixar seus produtos mais futuristas, afinal de contas o ano 2000 tinha chegado
e ainda não tínhamos carros voadores. Uma forma de transmitir essa ideia de que
o futuro tenha chegado era a tintura prateada em oposição ao preto dos anos 90.
Com isso, e especialmente a partir de 2001, tudo se tornou prateado. Câmeras
digitais, celulares, televisores, videocassetes, DVD players, etc.
Nokia 6810 (ano 2003)
Videocasset LG Cinemaster (ano 2004)
Canon PowerShot A95 (ano 2004)
Combo TV + DVD Magnavox 9MDPF20 (ano 2005),
Samsung SyncMaster 794mb Plus (ano 2006)
DVD Player Philips DVP5100K/78 (ano 2007)
Até
coisas que não eram desta cor por padrão, como os consoles, tiveram o
lançamento da versão prateado para satisfazer o grande público.
Playstation 2 (versão prata)
As
TVs adquiriram um ar digital, uma espécie de transição entre os analógicos anos
90 e os digitais anos 2010.
Obviamente
esta tendência não iria durar para sempre. Continuou dominante até 2007, quando
começaram a surgir modelos de transição entre o prateado dos anos 2000 e o
preto dos anos 2010.
DVD Player Samsung P370 (ano 2008)
*Que fim levou
Hoje em dia, esta estética é chamada de "chromecore". Começou
a perder força em 2007, resistindo até 2010. Foi substituído pelo preto
minimalista e teoricamente mais elegante. Houve um período de transição em que
os eletrônicos eram meio prateados meio preto.
O
minimalismo tomou conta, deixando os itens dos anos 2000 como algo datado ao
invés de futurista. De toda forma, essa era prateada serve como lição de
design: não é necessário algo ser minimalista para ser elegante.