E na postagem de hoje, abordarei um tópico nostálgico: os brinquedos dos anos 2000. Em uma época em que as crianças tinham brinquedos, antes dos smartphones explodirem, os comercias das manhãs de segunda à sábado eram dominados por anúncios de carros, bonecas, peões...e dos novos brinquedos tecnológicos que iam surgindo, afinal eram os anos 2000. Nesta leva, o único celular que uma criança teria é o de plástico com a música "Buterfly".
Além dos celulares também haviam os notebooks de brinquedo, com o da Xuxa sendo um dos mais conhecidos.
Antes do Pou, havia o Tamagochi, o mascote virtual que foi criado em 1996, mas continuou popular ao longo da década de 2000.
Quem não tivesse dinheiro para comprar um console, poderia contar com o Brick Game, o qual contava com 9999 jogos em 1, embora a maioria fosse o mesmo game feito de formas diferentes.
Havia outro que tentava se passar por videogame, o "waergame". Era um jogo que contava com argolinhas arás de uma tela de plástico, elas se moviam ao clicar dos botões, emitas vezes o objetivo era encaixar estas argolas em uma barra. O mais famoso no Brasil era o Aquaplay da Estrela.
Nos anos 2000, os animes se popularizam de vezes. Com eles os brinquedos derivados, desde as cartas de batalha de Yu-gi-oh (também conhecidas pelo carinhoso apelido de "baralho do diabo"), até os complexos Beyblades (peões mais caros).
O LEGO de pobre naquela época eram os palitos de picolé da Frutily. Quantas mais sorvetes você comprasse, mais recursos teria para montar suas "esculturas"
E como não podia deixar de ser, os brinquedos tradicionis também se faziam presntes. Cabe destaque aos carrinhos de fricção e às bonecas Nino da Cotiplás.
*Que fim levou?
Brinquedos deixaram de ser, na maioria dos casos, o principal presente destinado a crianças. Muitas delas já nascem com smartphone na mão, especialmente desde meados dos anos 2010.
O hoje onipresente YouTube mudou muito deste sua fundação. Nos anos 2000, antes da higienização da plataforma, das grandes empresas tomarem conta, do "adpocalipse", YouTube Kids, do YouTube Shorts, do YouTube Premium, e de outras tendências irritantes, enfim, quando a internet ainda vivia no velho oeste, o Youtube era completamente diferente.
Coleção com vários vídeos clássicos da época de ouro do YouTube (2005-2011)
Yume Nikki é um RPG desenvolvido no Japão (como não poderia deixar de ser), sendo um dos jogos indie mais influentes da história, rendendo muitos fangames e chegando a ser considerado como um dos melhores do tipo.
O jogo foi criado em 2004 por Kikiyama, um japonês isolado do qual ninguém sabe muita coisa com muitos chegando a cogitar que ele morreu no terremoto de 2011. Este, munido apenas de um RPG Maker 2003, uma das versões mais clássicas do software, criou um game diferente de tudo que se tinha antes. Se constituía de um horror surrealista que acompanha os sonhos (e pesadelos) de Madotsuki, uma garota que não sai de seu apartamento. E daí surge a originalidade deste game, ele não tem história, quase não possui jogabilidade, e seus cenários são abstratos Desta forma, a protagonista percorre imensos locais vazios com alguns poucos elementos que talvez não signifiquem nada, representando uma verdadeira experiência onírica. No meio do algum existem algumas cenas mais sinistras e uns leves jumpscares, mas o vazio é o que proporciona o verdadeiro entretenimento.
Yume Nikki inicialmente foi postado no 2chan, recebendo mais notoriedade a partir de uma tradução para o inglês e do lançamento da última versão disponível, em 2007. Depois disso, seu criador, que já era quase anônimo, desapareceu.
Nos anos seguintes, vários fangames foram baseados neste RPG, incluindo uma sequência não-oficial: Yume 2kki (2007). Ainda hoje surgem teorias tentando explicar sobre o que é o jogo, acredita-se que a protagonista tenha sofrido algo traumático, mas não se sabe o quê.
A internet possui o seu próprio sistema de escrita, e o miguxês foi uma variante do internetês, muito utilizada nos anos 2000 (felizmente abandonada).
Emo falante de miguxês
O internetês surgiu como uma forma de agilizar a escrita na internet, utilizando abreviações e omitindo acentos. Algumas expressões caíram em desuso, tais como "tc" (teclar) e "Koapkoapkoap" / "kpkpkp" (risada). Outras continuam a ser utilizadas até hoje, a exemplo de "vc" e "pq".
O miguxês (também conhecido como mIgUxEiX ou fofolês) surgiu nos anos 2000 como uma suposta evolução do internetês clássico, mas ao invés de encurtar as palavras, fez justamente o contrário. Recebe esse nome porque teoricamente deixa a escrita mais "fofa", imitando o linguajar infantil.
Comunidade de miguxês no Orkut
Depois veio o neo-miguxês, o qual faz uma alternância entre letras maiúsculas e minúsculas, talvez por questões estéticas. Veja um exemplo abaixo (fonte):
Português correto: “Eu tenho saudades de sair com o meu amor.”.
Miguxês: “eu tenhu saudadis d sai kom u meu amor.”.
Neo-Miguxês: “eU tEnHu SauDaDixXx di sAi kUm U Meu AMoR.”
Esta escrita era comumente utilizada por adolescentes do sexo feminino, sendo mais uma forma de identificação com uma tribo da internet do que uma forma de facilitar a vida (porque realmente não ajuda em nada, leva-se mais tempo para entender coisas básicas).
Aproveitando o tópico, outras formas de linguagem comuns na internet dos anos 2000 eram o tiopês, o qual consistia em escrever propositalmente errado (cerumano, comofas, concegi, corrão), e o 1337 (ou Leet), linguagem utilizada por hackers para driblar os sistemas de chats, possibilitando discutir temas mais pesados. Exemplos abaixo (fonte):
O miguxês perdeu força no começo dos anos 2010, tendo em vista a falta de praticidade e o fato de estar muito ligado a uma tribo específica da internet. O mesmo vale para o tiopês.
O leet, por sua vez, perdeu força já na virada da década, já que com o tempo qualquer um poderia decifrar seu significado.
Pica-Pau dispensa apresentações, sendo o desenho há mais tempo exibido na TV brasileiro, inclusive mais popular aqui do que em seu país de origem. Passou por várias emissoras, mas sem dúvida uma das exibições mais conhecida foi a da Record em 2007.
Exibição em outubro de 2007
O que há de especial nesta exibição? Não sei, talvez a nostalgia, ou o horário (começo-metade da tarde), mas enfim. Os direitos do desenhos pertenciam à Globo, a qual não renovou o contrato. Desta forma, a Record adquiriu o desenho no final de 2006, se tornando o principal tapa-buraco da emissora, de forma semelhante ao que ocorreu com o Chaves no SBT.
Os primeiros meses contavam com o Novo Pica-Pau na faixa das 18h. Porém, a série clássica estreou no dia 12 de fevereiro de 2007, às 12h45, substituindo o antigo "Clube do Terror". Inicialmente o programa era sucedido por "Hércules" e "She-Ra", logo passando a alternar de posição com "Todo Mundo Odeia o Chris", formando uma dobradinha clássica.
Estreia do (Novo) Pica-Pau na Record, em 2006
Ao longo daquele ano, Pica-Pau seria empurrado para as 13h15, e depois para as 15h, com alguns momentos no final de tarde.
Esta exibição marcou o ápice da audiência do Record Kids, período este que durou até 2008.
Neste mesmo ano foi lançada uma coleção de DVDs da série, a qual contava com alguns episódios perdidos, os quais não eram exibidos na Record por inúmeras razões. Depois de tantas reprises, foi um alívio ver um episódio que muitos sequer conheciam "Uma Aventura no Supermercado". Existia a lenda de que este havia sido cortado devido a uma cena em que Pica-Pau aparenta estar desmembrado, mas tal teoria não procede. O motivo se deu à má conservação da fita original, a qual pertencia ao SBT e sequer foi repassada à Globo.
Outros episódios perdido incluem "Os Três Pica-Paus", "A Observadora de Pássaros", e "Dany Escovinha Enfrente Pica-Pau". Por outro lado, nesta época se teve o retorno de "Trechos Musicais de Chopin", exibido entre 2006 e 2007.
*Que fim levou?
Pica-Pau passou por queda de audiência a partir de 2009, com as inúmeras reprises desgastando o desenho. Na década de 2010, ocorreram muitas instabilidades no que se refere às censuras. Por fim, a série parou de ser exibida em 2024.
Já fazem 20 anos que 2005 passou... Hoje vamos relembrar como eram as coisas naquela época.
A Nokia reinava absoluto. Neste ano foi lançado o celular mais vendido da história, o Nokia 1110, um dispositivo clássico e com preço acessível.
Nesta época, quase todo adolescente possuía um desses, embora utilizado basicamente para ligações, além de vir com algumas funções extras como o icônico "jogo da cobrinha".
Se você fosse mais abastado, poderia contar com algo um pouco mais sofisticado, como o LG Chocolate, o qual possuía tela colorida, câmera de 1,3 megapixels, rádio e MP3 player.
Porém, se você fosse criança provavelmente não teria o que fazer com um celular, no máximo um de brinquedo.
Aí ai ai I'm ur little butterfly
Neste contexto, os computadores pessoais Estavam mais consolidados, e o sistema líder absoluto era o Windows XP. Com ele, o design antigo do Office (que vinha com Clippy, o assistente), o já descontinuados Movie Maker e Windows Media Player, e o hoje injustiçado Internet Explorer 6.
E por falar em computador, a internet daquela época era realmente curiosa. A Web 2.0 estava chegando, e com elas novas ferramentas, como o Orkut que já estava ganhando força. Fora isso, a net era descentralizada, cheia de fóruns, blogs e sites dos mais variados. Para se ter uma ideia, nem o Google era padrão, já que o Yahoo brigava parelho com este. E-mails existiam aos montes: Yahoo Mail, Hotmail, BRTURBO, Gmail, etc.
2005 foi o ano de lançamento do YouTube, mas este obviamente não era muito conhecido ainda (ao menos no Brasil).
Para o envio de mensagens, a principal opção era o MSN Messenger.
Sem falar que a internet discada era a mais comum.
A televisão ainda era o meio preferido do público, de forma que a TV Aberta tinha muito mais opções que hoje em dia. Eram 5 emissoras grandes (a Rede TV ainda era forte) e mais um punhado de concorrentes com boa audiência que poderiam agradar todos os gostos, especialmente as crianças (Cultura, Futura, TV Escola, TVE, TV Brasil, Rede Vida, etc.). Desta forma, a briga por audiência era mais acirrada, fazendo com que houvessem mais canais de qualidade.
Ainda existiam programas como Bom Dia e Cia, TV Globinho, Vídeo Show, Alô Brasil, entre outros. O Caldeirão era do Huck, e o Domingão do Faustão. Outro aspecto interessante eram as vinhetas daquela época tendiam ao 3D, e possuíam mais vida que o minimalismo atual.
Os desenhos mais populares da época eram Bob Esponja (e a expctativa pela estreia da quarta temporada) e Ben 10. Mais haviam outros relevantes, tais como Billy e Mandy (lembra das garrafinhas de Schin?), KND, Avatar, Kim Possible, O Que Há de Novo Scooby Doo?, etc.
E toda esta programação era acessada especialmente com televisores de tubo prateados, conectados a uma parabólica da Century.
Quanto à música, haviam variadas formas de escutá-la. Discmans e MP3 players coexisitiam, e era comum a compra de porta-CDs para acomodar a coleção. Tudo estaria completo com um Microsystem.
E algo que estava fazendo sucesso nesta época era o Crazy Frog....
Este Crazy Frog era comum em um daqueles DVDs de Clipes Animados, e por falar em DVDs... Estes discos eram a principal forma para existir filmes, amplamente disponível em videolocadoras. Naquela época eles vinham com muitos recursos extras, tendo em vista a concorrência para com o VHS que ainda existia. Os melhores eram os da Disney.
A Disney podia arrebentar no mercado de vídeo, mas no cinema que mandava as cartas era a Dreamworks. Naquele ano, em específico, seu maior lançamento foi o primeiro "Madagascar".
Também houveram alguns filmes stop-motion em 2005, tais como "Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais" e "A Noiva Cadáver".
Dona Gigi
Filmes de fantasia eram sucesso na época, alguns exemplos incluem "Harry Potter e o Cálice de Fogo", e "Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa".
Quanto aos jogos eletrônicos, Icy Tower era uma modinha comum entre os jogos pra PC. Nos consoles, o PlayStation 2 dominava absoluto com títulos como Guitar Hero, God of War, e Winning Eleven 8. Este último nã vinham com a liga do Brasileirã, então era comum os patches, tais com o Brazukas.
O time mais forte da época? O São Paulo, campeão do mundo em cima do Liverpool. O melhor jogador? Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona.
E para não sair muito do tópico dos games, é preciso destacar a importância das revistas de games (Digerati, por ex.). Elas traziam informações que não se encontravam nos grandes meios. Como a internet ainda era lenta e pouco explorado, as revistas cumpriam o papel de atendar aos nichos, e as de jogos geralmente vinham com CDs, os quais continham centenas de games em flash.
À exemplo das revistas, publicações impressas como livros e jornais eram abundantes, ao contrário do que ocorre na atualidade.
Por fim, cabe relembrar a icônica nota de 1 real, a qual parou de ser fabricada naquele ano.