segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Lembra dos DVDs?

      Parece estranho perguntar a alguém se esta pessoa lembra da existência dos DVDs, afinal de contas, este disco era onipresente, símbolo de modernidade em oposição ao ultrapassado VHS. Porém, quase não se encontra alguém que ainda possua um leitor de DVD em casa. O que me faz pensar sobre a velocidade com que o tempo passa. Então resolvi lembrar um pouco sobre o período áureo desta mídia.

    Como todos os sabem, este disco foi criado nos anos 90, mas ainda no começo dos anos 2000, o VHS reinava absoluto. No Brasil, foi só a partir de 2003 que o DVD começou a se popularizar, mas a partir daí, a transição foi rápida.

Samsung DVD-V5650 (2006), 
combo de videocassete e DVD para quem quisesse fazer uma transição menos dolorosa

    No início, os aparelhos de DVD eram grandes e pesados, semelhantes a videocassetes. Já a mídia, era composta em média por menus estáticos e falta de bônus especiais, além de não poder gravar programas direto da televisão. No entanto, o que chamava a atenção era a sua resolução elevada para os padrões da época, assim como o fato de não haver necessidade de rebobinar (diferente do VHS). Os preços salgados atrapalhavam o consumidor brasileiro, por isso as videolocadoras ainda eram um alternativa popular ao longo dos anos 2000.


DVD Player da LG (modelo 3351N)


"Vida de Inseto" (DVD de 2000), lançamento com menu estático

    As empresas, então, apostaram no colecionismo para forçar o público a aderir à nova mídia. Em 2004 pode-se dizer que os DVDs atingira o ápice no que se refere à qualidade. Depois disso, não haveria outra época com tanto material extra. Horas e horas com making of, cenas deletadas, comentários em áudio, joguinhos, etc. Sem falar que muitos títulos tinham duas versões, a convencional e a edição especial, com ainda mais recursos. Além disso, os estúdios estavam empenhados em relançar filmes e séries antigos no novo formato, com imagem e sons remasterizados (resolução 480p). Isto, somado ao widescreen, formavam um prato cheio para os cinéfilos. Por outro lado, o público casual frequentemente se incomodava com as tais "barrinhas pretas" em cima e em baixo da imagem, preferindo dar zoom (e perder parte do conteúdo da imagem) ou comprar a versão fullscreen. 

Os "Disney DVD" eram os mais cobiçados. Hoje em dia, as edições platina devem valer uma nota...


Jogo do trenó do Donald, o qual vinha junto com o DVD "A Magia do Natal" (2005)

    Outra vantagem do DVD em relação ao VHS, eram as múltiplas faixas de áudio e legenda em uma mesma mídia, diferente da fita, na qual se tinha uma versão dublada e outra legendada.

                                             

Magnavox 9MDPF20 (2005),
seguindo os passos do videocassete, surgiram modelos combo de TV e DVD

    Alguns estúdios adotaram ainda onda outras estratégias, como a inclusão da revolucionária tecnologia Dvix. Com ela, era possível comprimir vários filmes em um disco só, e sem muita perda de imagem. Marcas de eletrônicos ostentavam isto como vantagem, mas em pouquíssimo tempo foi esquecido. Outra estratégia, esta bem questionável, foi o Disney FastPlay, que de rápido não tinha nada. Basicamente era uma forma de adaptação dos consumidores de VHS à nova mídia. Aparecia um menu de apenas 5 segundos, se você não clicasse em nada, o DVD iria reproduzir todos os trailers possíveis e só depois o filme. Era uma adrenalina ter que pegar rapidamente o controle para ir direto ao menu. A suposta vantagem era que aqueles que não estivessem habituados aos comandos e menus de DVD, poderiam simplesmente sentar e esperar o filme começar, sem mover um dedo. Porém, esta adaptação era inútil na maioria dos casos.

Vinheta Disney FastPlay (2004-2014)

"O melhor da tecnologia em sua casa"

    E por falar em menus, estes era uma arte por si só. Naquele tempo, eles eram dinâmicos e chamativos, podendo conter até botões secretos (que geralmente levavam a minigames).

Menu do DVD "Shrek 2" (2004)

    Os DVDs acabariam por reinar de forma absolutamente ao longo da década, muito graças ao PlayStation 2. Surfando neste onda, as gravadoras de música passaram lançar, além dos já consagrados CDs, DVDs de áudio e DVDs de videoclipes.

    Bem, tudo isto é muito bacana e tal, mas...e o submundo dos DVDs? Pois é, haviam inúmeros propagandas que tentavam assustar o expectador com a ideia de que a pirataria financiava o crime organizado, porém...não surtiu muito efeito. No final dos anos 2000, as pessoas cada vez mais apostavam em camelôs, onde compravam um DVD idêntico ao original por um menor preço. O problema disso era cada vez mais a qualidade do produto foi decaindo. Versões autoradas surgiram com imagem de cinema, má qualidade de gravação (às vezes ripadas diretamente de VHS ou parabólica), erros de ortografia, capas toscas, coleções sem sentido (ex.: Duro de Matar 3 + Backyardigans + Family Guy), e sem falar em inserções de pegadinhas (como jumpscares).

Comercial antipirataria da UBV (2006)

    No meio de tudo isso, surgiram algumas coisas interessantes, como os tais clipes animados. Eram uma espécie de "AMVs", nos quais uma música do momento era colocada ao fundo de alguma animação.

Noiva Cadáver - Dona Gigi

    Quem não quisesse ficar à merce dos autorados, e tivesse alguma noção de computador, poderia fazer seus próprios discos com o "Nero". Importante era colocar uma baixa velocidade de gravação , porque do contrário seu DVD iria ficar mal gravado (era o que diziam). Além disso, era importante escolher bem entre os variados formatos (DVD-R, DVD+R, DVD+RW, DVD-RW, etc.)


Nero 7

    Houveram ainda os players de DVD que vinham com gravadores, desta forma se poderia ripar a imagem da TV igual a como se fazia com o VHS. Era possível escolher entre as velocidade SP, LP, EP e XP, na qual havia uma relação inversa entre qualidade da imagem e tempo de duração do conteúdo. Com a qualidade máxima (480p), você poderia gravar em média duas horas de filmes. Já com a qualidade batata, o céu era o limite...

    Outro uso do DVD (eu disse que ele era onipresente) era o armazenamento de dados. Antes dos pendrives se popularizarem, este disco era a principal forma de transporte de fotos digitais e programas de computador, substituindo o limitado espaço do CD.

    Além disso, surgiram outros formatos análogos ao DVD, um deles era o mini DVD, basicamente uma versão reduzida e com menor espaço de armazenamento (geralmente utilizado para lançamento de filmes de 40 minutos). 



Mini DVD

    Outro formato relevante era o VCD, uma versão visual do CD, com resolução de 360p. Em países do sudeste asiático, era utilizado como alternativa ao DVD. No Brasil serviu apenas como brinde de livros infantis.

VCD típico

    Enfim, isto foi um pouco da história do DVD nos anos 2000. Interessante notar como este formato moderno e prateado logo se tornaria obsoleto. Pense a respeito, você precisava sair de casa para comprar (ou alugar) um filmes, tirá-lo da capa e colocá-lo em um aparelho conectado a sua televisão de tubo. Depois, esperava de 10 minutos de comerciais para enfim chegar ao menu de seleção, onde dali você chegaria a um filme em resolução 480p. E ainda corria o risco de ter sua sessão interrompida por uma sujeira no disco. Diferente do VHS, o DVD não perdoa. Ou pulava uns 15 minutos de filme, ou simplesmente parava por ali. Aí você tinha que tirá-lo da bandeja, passar um pano em movimento circular e colocar de novo no aparelho. Se tivesse sorte, o filme recomeçava no momento em que tinha parado. Num cenário pior, o disco sofria um arranhão e ficava parcial ou totalmente irreproduzível.

    Em casos mais raros, o seu aparelho de DVD poderia ficar sujo igual um videocassete, e aí você poderia passar um disco de limpeza. Mas aí já é muita frescura...

Kit limpador de CD/VCD/DVD

Que fim levou?

    Para armazenamento de dados, não levaria muito tempo para o DVD perder espaço para o pendrive. Já no começo dos anos 2010, eles perdeu espaço para o novo formato. 

    No cenário da música, o DVD nunca chegou a ultrapassar o CD de qualquer forma, mas assim como este acabou sendo vencido pelos lançamentos digitais em 2014.

    Os discos continuaram sendo o meio dominante para filmes até meados dos anos 2010. Porém, suas vendas seriam afetadas pelo advento da pirataria. Este cenário prejudicou as distribuidoras, que cada vez mais reduziram a quantidade e a qualidade dos lançamentos, havendo poucos (ou nenhum) material colecionável adicional. Porém, o DVD só foi perder o seu posto de liderança em 2016, quando o lucro dos streamings ultrapassou pela primeira vez o dos discos, fazendo com que estes rapidamente se tornassem um mercado de nicho.

    Computadores não vem mais com drive de DVD. Aparelhos especializados não são produzidos no Brasil (desde 2022) e as grandes distribuidoras já abandonaram o mercado nacional (desde 2023). Hoje em dia, as pessoas se sujeitam aos streamings, onde você passa por uma enorme lista de filmes sem saber o que escolher. Se corre o risco de ter seu filme retirado do catálogo, censurado, ou mesmo ter que assinar vários serviços para ter as produções do seu interesse.


Bônus Especiais

    Como material extra, deixo algumas vinhetas de DVDs dos anos 2000:

Vinheta Warner Home Video (1997-2017, em DVDs)

Vinheta Disney DVD (2001-2007)

Bumper do peixe da Nickelodeon (2002-2010)

Vinheta Europa Filmes (2004-2007)

Vinheta PlayArte (2005-2009)

Vinheta Califórnia Filmes (2006-2008)

Vinheta Imagem Filmes (2006-2013)

Vinheta Focus Filmes (2006-2016)

Vinheta FlashStar (2006-????)

#anos2000 #nostalgia #dvd #disneydvd #dvdgame #cafevideo

sábado, 21 de dezembro de 2024

Creepypastas dos anos 2000

  As histórias de terror sempre atiçaram a curiosidade dos desavisados. Com o advento da internet, as antigas lendas urbanas foram substituídas pelas creepypastas, a versão moderna de "contar histórias em torno da fogueira". Hoje em dia podem estar um pouco fora de moda, mas nos anos 2000 eram o ápice, sendo capazes de gerar noites de pesadelos e traumas de infância, numa época que a internet ainda era nova e as pessoas acreditavam neste tipo de história.

    As creepypastas se popularizaram em meados daquela década, quando fóruns (especialmente o 2chan e o 4chan) começaram a propagar histórias anônimas, tentando se passar como se realmente tivessem acontecido. Antes disso, era comum receber emails misteriosos contendo imagens assustadoras ou correntes com pequenas maldições, mas o terror online só se firmou mesmo com as creepypastas.


2chan, um lugar mágico e inocente


4chan, um lugar ainda mais mágico e inocente

    Uma das mais antigas existentes é a da "Estação Kisaragi", postada no 2chan, fórum japonês. A história foi postada por um usuário inicialmente anônimo no tópico "Poste alguma coisa estranha que aconteceu com você". Ao longo do texto, o internauta relata em "tempo real" os estranhos acontecimentos que se deram com ele em uma estação de trem que não deveria existir. O relato era contado como se fosse verídico. O internauta afirmava que estava em um trem que não parava e estação nenhuma fazia vinte minutos, e quando finalmente aconteceu, foi em uma estação chamada Kisaragi, a qual nenhum dos outros membros do fórum sabiam onde ficava (até porque não existe). Conforme a discussão avançava, os acontecimentos ficavam mais estranhos. Mas isto é assunto para outro blog...(você pode conferir a versão completa e comentada no "Macaco do Terror")



    Já em 2005, surgiu um dos maiores ícones da história das creepypastas, Jeff the Killer. Inicialmente apenas como uma imagem editada, o personagem começou a aparecer em várias lendas a partir de 2008, quando se popularizou por meio de outra edição da imagem. Frequentemente, a foto era colocada junto dos dizeres "Vá dormir!".


Imagem original (2005)

Imagem mais conhecida (2008)

"Transmissão especial NNN" (2007), vídeo que popularizou a imagem
    

     A versão original da lenda dizia que Jeff era um adolescente que ao tentar limpar o banheiro com ácido acabou destruindo seu próprio rosto. Depois disto, ele nunca mais foi o mesmo. Junto de seu irmão mais velho, Liu, ele busca fazer um favor ao mundo, matando os humanos que o infestam.

"Jeff the Killer" (2008), versão original da creepypasta


    Em 2007, outra popular creepypasta surgiu nas profundezas da internet, "Username666". Inicialmente postado em 28 de dezembro como um vídeo do NicoNico Douga pelo usuário nana825762, a produção acabou sendo editada para o YouTube em 26 de fevereiro de 2008, onde se popularizou. A partir daí, história foi convertida em uma lenda, sendo repassada em diversos fóruns e blogs. Basicamente trata do relato de um usuário banido pelo YouTube por postar conteúdos muito "gráficos" por assim dizer.

"Username666" (2008)

    Já em 2008, foi a vez de "smile.dog", a creepypastas que girava em torno da imagem de um cão rusky siberiano. Caso uma pessoa recebesse esta foto, ela enlouqueceria e acabaria por morrer. Dizem que a história surgiu no tópico "paranormal" do 4chan, versão americana do 2chan.


Imagem original



Esta imagem passou a ser associada com a lenda, posteriormente

    E em 2009, surgiu uma creepypasta que deu início à moda de se inventar supostos "episódios perdidos" de desenhos animados: Suicide Mouse. A lenda surgiu em 25 de novembro daquele ano, quando um perturbador animação foi postada no YouTube, sendo supostamente um capítulo nunca postado do Mickey Mouse.

Versão original (2009)

Versão completa (2009)


Que fim levou?
    As creepypastas continuaram populares na primeira metade dos anos 2010. Porém devido à saturação, especialmente das lendas de episódios perdidos, o meio acabou gerando muitas creepypastas malfeitas e cheias de clichês. A decadência da qualidade, somada a uma maior popularização da internet, levaram à perda de interesse por este tipo de história. De acordo com "Know your Meme", a procura pelo termo decaiu drasticamente desde 2014.
    Os anos 2000 eram outros tempos. Mais inocentes por assim dizer. Hoje em dia, dificilmente se assusta alguém com qualquer lenda ou imagem borrada da internet, as pessoas estão mais "vacinadas".

#anos2000 #nostalgia #creepypastas #creepypastasantigas #classiccreepypasta #jeffthekiller #smiledog #2chan

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Desculpe, WILSON!

 

Chuck e Wilson (antes e depois)
 

   O ano era 2000. Em meio ao começo de uma década "futurística", um filme, talvez o mais conhecido de sua época, viria para tratar de um tema antigo, a solidão em uma ilha deserta. Pois é, Tom Hanks vive o personagem Chuck Noland, entregador da FedEx, o qual, em um acidente de avião, fica preso em uma ilha desabitada. Para sua sorte, ele teria a companhia de Wilson...uma bola de vôlei. Que aliás é o melhor personagem em um filme que é basicamente duas horas do Tom Hanks falando sozinho (isto deve significar alguma coisa).

    Pensando em se matar, ele se depara com uma embalagem da FedEx que não foi aberta, a qual possuia o desenho de uma asa de anjo. Lembrando de sua namorada e do dever de entregar a encomenda ao destinatário, ele assume o compromisso de sobreviver (resumo mais tosco que você lerá hoje).

    Enfim, em meios a desventuras e ataques de raiva para com o pobre Wilson, Chuck constroi uma jangada e, após quatro anos naquela ilha, finalmente entra no mar aberto. Nesta viagem, ocorre a cena mais triste dos animes, uma das maiores traições dos animes...o abandono (e morte?) do Wilson.


    Ainda bem que haverá uma sequência do filme, na qual o Wilson irá se vingar da humanidade...


    Depois de trair o Wilson, Chuck é resgatado e vai atrás de sua amada, a qual já se encontra casada (com Wilson). Chuck, lembrando de que ainda era carteiro, procura a destinatária da encomenda que escolheu não abrir enquanto estava na ilha.


    Mal sabia que Chuck que se tivesse aberto o pacote teria evitado todo perrengue desse filme....


    Náufrago foi lançado em 22 de dezembro de 2000, arrecadando US$ 429 milhões e recebendo dois indicações ao Oscar 2001. Infelizmente o Wilson não recebeu o prêmio de ator coadjuvante...

Que fim levou?
    O Náufrago se tornou um dos filmes mais lembrados dos anos 2000 e da história do cinema, sendo referenciado em várias produções até os dias de hoje.......E o Wilson foi leiloado por 400 mil dólares.



Wilson em "Madagascar" (2005)

#anos2000 #nostalgia #naufrago #wilsonnaufrago #wilsonbola #cafevideo

sábado, 14 de dezembro de 2024

Hacks de Mario World

 Sim, eu sei. Super Mario World é um jogo dos anos 90, e este é um blog sobre os anos 2000. Porém, o game possui certa relação com o conteúdo do "Crônicas do Milênio", já que o advento da internet permitiu que os jogadores realizassem o antigo sonho de ver mais jogos no estilo de Mario World. A Nintendo, infelizmente, nunca mais fez algo parecido, mas o hackers, a partir da introdução do Lunar Magic em 2000, puderam editar o jogo original das formas mais inacreditáveis. 

    O Lunar Magic foi criado pelo japonês Fusoya, e após sua introdução, algumas hacks começaram a bombar pela internet. No entanto, como a maioria das pessoas não sabiam da existência deste programa, o púbico em geral ficava confuso, pensando ser conteúdo original. Não só isso, como alguns desenvolvedores deliberadamente faziam modificações e as promoviam como sendo conteúdo original, a fim de enganar os demais.

Lunar Magic
Fonte: https://www.elotrolado.net/hilo_tutorial-lunar-magic_1389339

    A primeira hack a se popularizar foi criada em 2003 pelo próprio Fusoya, e tinha o objetivo de mostrar todo potencial do Lunar Magic. "Super Demo World: The Legend Continues" fez certo burburinho em meados dos anos 2000, sendo frequentemente compartilhada no Orkut, em uma época em que transferir roms não era combatido pelas grandes empresas (leia-se Nintendo). O game apresentava 120 saídas, em oposição às 96 do original, tendo um grande fator replay. Incluía todo tipo de power-ups, blocos, cenários e outros elementos retirados de Donkey Konk Country, Super Mario Bros. 3, e outros. Infelizmente, tinha uma dificuldade do cão, "trollando" o jogador em vários momentos (como um nível específico em que é preciso morrer para conseguir avançar).

TAS de "Super Demo World" (2003)

    Em 2007, surgiu um vídeo no YouTube que enganou muitas pessoas. Tratava-se de um suposto power-up chamado "Laser Suit", o qual poderia ser desbloqueado na fase "Top Secret Area" ao bater a cabeça entre dois blocos. Chega a ser cômico o número de pessoas que passou horas e horas batendo a cabeça para desbloquear um segredo que nunca existiu. Este tipo de coisa não acontece hoje em dia...

O vídeo que enganou muitos

    Ainda no mesmo ano, foi lançada "Mario Kaizo", uma hack que buscava ser o mais infernal possível. Sua dificuldade era tanta, que desde então as hacks feitas para serem difíceis (quase impossíveis) entram no gênero "Kaizo". Era um desafio comum apresentar uma gameplay deste jogo no final dos anos 2000, ou mesmo de outras fases impossíveis criadas no período (vide o Zé Graça).

Fase 1 de "Mario Kaizo" (2007)

Jogar níveis impossíveis de hacks do Mario World se tornou moda no final dos anos 2000

    Já em 2008, surge aquela que por muito tempo foi considerada a mais completa das hacks de Mario World: "Brutal Mario". Trazia gráficos e sprites de tudo quanto é jogo da Nintendo, possuia uma diiculdade brutal, sem falar nos bosses que eram o ponto alto da jogatina. Eram referências a Yoshi´s Island, Donkey Kong, Mega Man, Kirby (um dos vilões do jogo), Final Fantasy, Chrono Trigger, enfim...

Alguns bosses de "Brutal Mario" (2008)

    Ainda no mesmo, foi lançado um vídeo que se tornou relativamente popular na época (como pode ser ver, o YouTube dos primórdios era cheios de vídeos do Mario). "Kumikyoku ´Nico Nico Douga´ Automatic Mario" trazia uma hack feita para sincronizar com certas músicas, na qual o Mario era conduzido automaticamente ao longo das fases de forma a interagir com os sprites e gerar sons que entrassem em sintonia com a trilha. Vale a pena dar uma conferida caso nunca tenha visto.

"Kumikyoku ´Nico Nico Douga´ Automatic Mario" (2008)

    Já para o final da década, com um acesso maior ao Lunar Magic, as pessoas começaram a criar seus próprios níveis e mapas, e postá-los no YouTube.

Nicho do final dos anos 2000

Que fim levou?

    Os hacks de Mario World passaram a se organizar em torno da comunidade SMW Central. As hacks continuam comuns até os dias atuais, com muitas sendo criadas e alimentando o fórum principail até os dias de hoje. O que mudou mais foi a percepção do público, já que nos anos 2000,  a maioria não conhecia o Lunar Magic e não possuia tanta distinção com relação à veracidade dos fatos encontrados na internet. Era como televisão, se está na internet então é verdade.

    Outra questão importante é  o fato de a  internet ter se torno mais corporativa, com um combate maior ao conteúdo criado por fãs (leia-se Nintendo). Além do mais, a saturação de hacks acabou tirando um pouco da magia inicial, mas isso é uma questão mais subjetiva....


Bônus Especiais

Super Demo World (download): www.snesforever.com.br/2013/05/super-demo-world-legend-continues.html
Kaizo Mario World (download): https://www.smwcentral.net/?p=section&a=details&id=16059
Brutal Mario (download): www.smwcentral.net/?a=details&id=6099&p=section
Snes9x (emulador): www.snes9x.com/downloads.php

#anos2000 #nostalgia #hacksmarioworld #mariohacks

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Cultura emo: a tribo dos anos 2000

 Nos anos 2000, havia uma tendência de a cultura pop se inclinar ao "dark". Não é de se estranhar que o rock estava em alta naquela época. Dentro deste contexto, se viu a ascensão de um tribo urbana que tem suas origens nos anos 80, os emos.

    

    Seguindo o tal ciclo de repetição de vinte anos, os emos tomam conta da cena num momento de nostalgia pela década de 1980. Ambos os movimentos eram conhecidos pelo uso de preto e o estilo irreverente e mórbido. A diferença é que os emos tinham o hábito de olhar para a lua e chorar....Brincadeiras à parte, a nova tribo urbana se destacava pelas emoções mais à flor da pele (e franja), e pode ser considera como o último movimento juvenil baseado no rock, antes do gênero entrar em declínio na década seguinte.



Sasuke, como todo emo, esconde o fato de ser emo

    Algo curioso de ser citado é que a música emo propriamente dita, a qual se constitui como uma variação do rock, teve bandas legítimas mais para o começo da década. Enquanto a tribo se popularizava, o número de bandas do gênero decaiu, ao passo que surgiam outros grupos que se denominavam emos mas não eram realmente deste estilo musical. Também ocorria de bandas típicas do gênero não quererem mais serem associadas a esta tribo urbana, tendo em vista o rótulo negativo que os emos estavam recebendo.

    No Brasil, o movimento chegou em 2003 na cidade de São Paulo, e ao longo dos anos seguintes, o Orkut se tornou um dos principais pontos de encontro e divulgação da cultura emo. Afinal, emo não é uma fase, mas um estilo de vida. A reação negativa de parte da população levou ao pouco desenvolvimento de bandas emo nacionais, porém isto não impediu que a tribo se espalhasse entre a juventude. Prova disto é o fato de que Guilherme Zaiden, considerado o primeiro youtuber brasileiro, iniciou sua trajetória em 2006 com os vídeos de sucesso da série "Diário de um Emo", os quais consistiam em vídeos de humor sobre o tema (exemplo no começo do post).

(Imagem da internet, não possuo os direitos sobre esta)

    Na cultura pop, a subcultura emo e outros estilos relacionados ao sombrio e ao mórbido acabaram influenciando filmes, séries e músicas. No campo sonoro, os jovens voltaram a apreciar rock, não só aqueles considerados emo, mas também os estilo mais "metaleiros". Às vezes gerava-se certa confusão sobre quais bandas era emo, e quais eram de outros tipos de rock.

Bon Jovi, It´s my life, música metal popular nos anos 2000

Drowning Pool - Bodies, um dos clássicos modernos do metal


Linkin Park é considerado por muitos como uma banda emo

    Bandas como "The Cure", foram uma das influências para a tribo emo.

    Logo, se viu a presença de personagens emos em produções da época, especialmente em desenhos animados. 

    

"Death Note" (2006-2007), um anime onde as estética emo e gótica se fazem presentes


Peter Parker em "Homem Aranha 3" (2007), durante sua fase emo


Jojo, personagem emo do filme "Horton e o Mundo dos Quem" (2008)

Que fim levou?

    Assim como todas as tribo urbanas, uma hora eles iriam sair do "mainstream". Já em 2010, os emos estavam perdendo popularidade entre os jovens, sendo "substituídos" principalmente por hipsters. As principais causas para o declínio incluem a reação anti-emo, originada das supostas relações deste grupo com depressão, automutilação, e sensibilidade extrema.  Esta reação levou às fissuras com os góticos, os quais não queriam se ver associados com a "modinha", e a mudanças em bandas que passaram a evitar o rótulo emo. Além do mais, houve um redução no interesse da juventude pelo rock.


#anos2000 #nostalgia #emo #orkut #emosanos2000 #homemaranhaemo

sábado, 7 de dezembro de 2024

O antigo YouTube

    O hoje onipresente YouTube mudou muito deste sua fundação. Nos anos 2000, antes da higienização da plataforma, das grandes empresas tomarem conta, do YouTube Kids, do YouTube Premium, do "adpocalipse", e de outras tendências irritantes, enfim, quando a internet ainda vivia no velho oeste, o     Youtube era completamente diferente.

    Precisamos voltar lá para 2005, quando três caras aleatórios criaram o Youtube e lançaram o primeiro vídeo da plataforma ("Me at Zoo"), a hospedagem de vídeos na internet ainda era muito descentralizada. Quando se clicava na aba "vídeos", você poderia encontrar diferentes sites ofertando variados conteúdos. O YouTube mudou tudo. Com o passar dos anos, qualquer um poderia lançar seu vídeo na internet, e quem quisesse encontrar algum conteúdo, obrigatoriamente passaria pelo Youtube.

                                   

Interface do YouTube em 2005

    Foi a partir de 2006 que o site começou a se popularizar. Naquela época, a plataforma era composta basicamente de vídeos aleatórios com resolução de 360p (padrão de câmera digital). O que os internautas mais queriam era gravar um vídeo que se tornasse viral e aparecesse na televisão. Fazer 1 milhão de views era digno de reportagem, enquanto que hoje é necessário atingir 1 bilhão.

Típico vídeo da época. O vídeo original do "Numa Numa" (2006) se tornou um dos primeiros virais do Youtube

"Charlie bit my finger" (2007)

Dramatic Look (2007)

   As pessoas, em média, não seguiam youtubers, ao invés disso, elas iam atrás de vídeos. Embora existissem algumas exceções como o Guilherme Zaiden (primeiro youtuber brasileiro) e o Zé Graça.

"Diário de um Emo - Primeiro Emprego" (2008) , de Guilherme Zaiden


"Comercial Japonês Doido", do Zé Graça


    Já nos primeiros do YouTube eram comum vídeos musicais tais como AMVs e remixes. Eram vídeos mais simples, geralmente feitos com o Movie Maker do Windows XP, sendo que uma das marcas desta época é justamente a introdução e os créditos com a tela azul. As músicas mais utilizadas eram "Bodies (Swimming Pool)", "Dragonstea din tei (O-Zone)" e as da banda Linkin Park. Um anime popular para vídeos do tipo era Naruto.

"Devil Kirby AMV" (2006)

"Rock lee vs Gaara - Linkin park" (2008)

 
   Ainda nesta questão musical, eram comuns os sparta remix, que eram mashu-ups baseados na cena "This is Sparta" do filme 300. Este tipo de vídeo surgiu em 2007.


"Squidward has a screaming sparta remix!" (2009)





Interface do YouTube em 2007

    Como já foi dito antes, o Movie Maker era o principal software de edição utilizada, sendo uma marca registrada do período. Muitas produções eram apenas um sequências de imagens com uma música ao fundo e alguns textos colocados em cima. Este formato era o mais comum para vídeos que traziam uma canção como tema principal.

"future gen. consoles wii2 ps4 xbox720?" (2008)

"Jeff the Killer" (2008)

"Hinata Theme Song" (2008)

    No que se refere a vídeos de jogos, as gameplays costumam não ter narração, apenas a jogatia. Detonados, TAS e Walktrough eram tipos abundantes. Como esquecer daqueles vídeos mudos em 240p com a marca d´água "UnregistredHypercam". Como em toda regra há uma exceção, um caso clássico seria o já citado Zé Graça, o qual volta e meia perdia o seu canal e precisava recomeçar do zero. Ele teve não sei quantos canais diferentes nesta época.

"Mario na fase do cogumelo do sol tunado", do Zé Graça
 
   E por falar em games, sem sombra de dúvida o tema mais comum da internet daquela época era o Super Mario. Boa parte dos vídeos publicados tinham alguma coisa a ver com narigudo, pode-se dizer que o personagem dominava o antigo YouTube. Aí eram remixes, fanimations, gameplays, hacks, fanarts, animações oficiais, bloopers, etc.

"Super Mario world bloopers" (2007), este vídeo costuma ser engraçado...

"Mario Hii - Numa Numa" (2007)

"Yoshi's Island Eggventures - 01 - Snegg Attack" (2009)


    Outro personagem recorrente era o Bob Esponja, afinal de contas é o desenho mais popular dos anos 2000.

"Bob Esponja e Death Note" (2008)


"Bob Esponja na China" (2008)

"SpongeBob Hemppants" (2008)

    Este era um lado obscuro daquele época, como não havia muitas questões de direitos autorais no YouTube, as pessoas podiam procurar episódios de séries e desenhos na própria plataforma com mais facilidade. No meio disso, era normal uma criança ir em busca de sua animação favorita e acabar se deparando com versões adultas feitas por fãs, como o Bob Esponja drogado ou mesmo os infames YouTube Poop BR. Este tipo de vídeo já foi comentado aqui no blog (link), mas em resumo é o uso de edições pesadas em conteúdos já existentes com o intuito de gerar humor ou simplesmente irritar o expectador.

"SÓ UMA MORDIDA (2009), segunda vez que uso este poop de exemplo

"MADRUGA IN THE DARK.wmv" (2009)
    
    Uma praga do YouTube daquela época era os tais jumpscares, os famosos vídeos de sustos (também já tem post disso). E junto deles, os vídeos de supostas mensagens subliminares.

"Mensagem subliminar no jogo Super Mario World" (2009)


    Enfim, esta época mais simples acabou ficando para trás. Só o que resta é reassistir os vídeos antigos, ou pelo menos o que sobrou deles, já que muitos foram excluídos ou derrubados pelo próprio YouTube.




Interface do YouTube em 2009


Que fim levou?
    Estes tipos de vídeos continuaram predominantes até 2011, mais ou menos. A partir de 2012, o YouTube já estava se profissionalizando, com a monetização se tornando algo mais abrangente. No final do ano, "Ganganam Style" se tornou o primeiro vídeo a atingir 1 bilhão de views, elevando o padrão de viralização a outro nível.
    Nos anos seguintes, o processo de centralização e higienização do YouTube se intensificou, tendo em vista a chega das grandes empresas à plataforma. Com isso, vieram todos os males atuais, como anúncios excessivos, clickbaits, YouTube Kids, pacotes premium, etc.


#anos2000 #youtubeantigo #numanuma #jeffthekiller #spartaremix #rockleevsgaara #cafevideo


segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A febre Naruto no Brasil

   Se nos anos 90 Dragon Ball era a referência de anime, nos anos 2000 este título foi para Naruto. O anime, lançado em 2002 no Japão, chegou a compor os "Big Three", grupo dos três grandes mangás da Shonen Jump daquela década, juntamente com One Piece e Bleach. Mas a grande febre, ao menos no ocidente, foi a série do ninja loiro.

Fonte: Animation Info

    Graças à Viz Media, o programa foi chegar nos EUA somente em 2005, e no Brasil só a partir de 2007.  Cinco anos depois do começo da exibição original, a qual já estava sendo encerrada para se dar início à fase Shippuden. Porém, quando finalmente veio para cá, chegou com tudo. Após a estreia do anime no Cartoon Network, em janeiro, logo veio o mangá no mês de maio. 

    Porém, Naruto só se tornou febre mesmo a partir de julho, quando passou a ser exibido na TV aberta por meio do SBT. Veja bem que naquela época, para algo se tornar popular tinha que passar em canal da parabólica. A fansbubs na internet até permitiam o acesso dos fãs brasileiros ao material, mas apenas para os otakus mais hardcore. O público casual assistia televisão, quando muito um canal fechado. Sendo assim, a transmissão do SBT, por volta do meio-dia, foi o que permitiu que Naruto chegasse ao patamar de Dragon Ball na cultura popular brasileira.

Abertura da 1ª temporada (Cartoon Newtork, 2007)

Abertura da 2ª temporada (SBT, 2007)

    Naquela época, nas escolas só se falava de Naruto. Na internet, surgiam fóruns e blog voltados ao tema, alguns inclusive especializados em adaptar o universo do anime em sistemas de RPG. Outro fator relevante é o grande potencial colecionável. Bandanas, símbolos, jutsus, e até as esquecidas cartas de batalha serviram para propagar o jeito ninja de ser. 

                                         
Kabuto apresentou as cartas de informação no Arco Chunnin, e ninguém nunca mais tocou neste assunto....

Shuriken Cards (2009)

    Além disso, o sistema de luta da fase inicial do animem, permitia que mesmo aqueles com níveis díspares de forças pudessem fazer frente, devido à variedade de estilos de luta. Este fato fez com que cada um pudesse criar os seus próprios estilos para fazer "lutinhas" nos intervalos do colégio. Para tal, até vídeo ensinando a reproduzir os selos de mão surgiram nos primórdios do YouTube. Por falar nisso, não se pode deixar de citar os AMVs icônicos e o vídeos contendo as BGMs do anime, ao velho estilo Movie Maker do Windows XP com imagens aleatórias da série. E sem falar das fanarts, mas é melhor não tocar neste assunto...

Música tema do Sasuke

Rock Lee vs Gaara, ao som de Linkin Park (2008)

Tutorial de como se fazer o byakugan (infelizmente não ensina como desfazer)

    Enquanto que para os fãs casuais tudo estava indo bem, para os otakus de plantão não era bem assim. As inúmeras censuras, cortes e edições causavam certa irritação no público mais atento (além da nostálgica abertura do "vai, vai, siga o Sol". Para alento destes, ainda em 2007 foi lançada a versão sem cortes da primeira temporada nos DVDs da PlayArte. A segunda temporada viria em 2008.

Censuras de Naruto no SBT

DVDs da PlayArte

    Voltando a 2007, a transmissão do SBT contava com estreias diárias. Todo dia era um episódio inédito, algo que no começo era um deleite, mas logo se tornou uma faca no pé. Com o tempo, e a demora da chegada dos novos episódios, logo vieram as intermináveis reprises. O anime chegava até o episódios 52 (final da segunda temporada) e regressava ao primeiro capítulo. Infelizmente, isto baixou um pouco o entusiasmo em torno da franquia ao longo de 2008. Por sorte houve a chegada oficial no ocidente do game "Naruto Ultimate Ninja" para PlayStation 2, algo que segurou a "vontade do fogo" até a estreia de mais episódios.


"Naruto Ultimate Ninja" (2003/2008)

    Isto só foi ocorrer em 23 de março de 2009, quando a terceira temporada finalmente chegou ao SBT no Bom Dia e Cia. A expectativa era tamanha, que até o Yudi arregalou os olhos quando vi que, ao meio-dia, viria uma nova leva de Naruto. Este fato retomou a força da franquia do país. Ainda no mesmo ano, chegou dublada a quarta temporada, o OVA "Missão - Proteger a Aldeia Oculta da Cachoeira!", e o filme "O Confronte Ninja no País na Neve". Além do mais, o mangá atingiu a fase Shippuden no Brasil.

Abertura da 3ª temporada (SBT, 2009)

Que fim levou?

    A "febre Naruto" continuou forte no país até 2011, quando foi exibida dublada a última temporada da fase clássica. Tendo em vista isto, o SBT encerrou as reprises do anime no final do ano, assim como o Cartoon Network. Além disso, a PlayArte (sabe se lá o porquê) interrompeu a coleção de DVDs do anime no episódio 156, com o lançamento do box da sexta temporada em novembro. Para completar, a Viz Media continua sua incompetência habitual, deixando o Shippuden para estrear somente em 2015.
    É verdade que Naruto ainda é uma marca popular no país, mas nada que se compare ao seu auge entre 2007 e 2011. Certamente foi uma época memorável para quem acompanhava o anime.


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CRASH no PS2

       Crash Bandicoot é um dos personagens de vídeo game mais conhecidos dos anos 90, chegando a rivalizar com Mario e Sonic e se tornando ...